AS RAZÕES DO JUAN


Juan Garcia (PMDB), pré-candidato a prefeito falou ao Jornal Costa Norte. Já é possível deduzir e/ou compreender o caminho escolhido pelo ex-prefeito da cidade. Experiente, Juan escolheu um Pastor evangélico, Lucimar Castilho, para compor sua chapa como vice. Duas coisas se extrai: 
a) Ele manda no partido, já que definiu um nome para vice mesmo antes de a Convenção decidir, o que se pressupõe ser uma imposição sua. Não disse que proporá, já decidiu: 
b) Sabe que mais de 30% do eleitorado é evangélico e busca alternativas ao Ministério de Santos, optando pelo de Madureira. 

Primeiro, ele precisa garantir uma nominata à vereança com um certo grau de competitividade, (confesso desconhecer o time que porá em campo), sem o qual terá que fazer coligação na proporcional. Para que isso ocorra, terá que garantir a viabilidade eleitoral de uma chapa puro-sangue na majoritária. Explico: qual partido aceitará compor só na proporcional, sendo preterido na majoritária? Não custa lembrar, por fim, que na última eleição este grupo político só fez o vereador Gleivison.

Outra coisa é:
Juan diz saber sobre as dúvidas que permeiam na cidade sobre suas reais condições de elegibilidade. Ele não tem só contra si decisões do TJ-SP, sobre as quais cabem recursos e serão analisadas à luz da Lei da Ficha Limpa, mas também o fato de ter sido exonerado à bem do serviço público da Prefeitura de São Sebastião, e essa questão antecede a Ficha Limpa. É esta a razão de Juan ter dito: "A dúvida só sairá das ruas na hora de efetuar meu registro", e diz estar preparado para uma sequência de pedidos de impugnação. É, faz sentido.

Finalmente, discursando para o meio político, fala de si como alguém que não cedeu espaços para negociações em nome de partidos e interesses de grupos quando governou a cidade, mas termina fazendo uma releitura dessa ação dizendo ter "amadurecido" e finaliza se declarando "mais flexível". Juan entende que essa foi a razão de não ter sido reeleito.

Pois bem, considerando que a pesquisa de opinião eleitoral registrada e publicada pelo mesmo veículo de informação apontou empate técnico entre Felipe (PSDB), Juan (PMDB) e Wagner (PP), é de se supor que todos revisam suas estratégias de trabalho. Juan sabe da aproximação do Ministério de Santos com outras forças políticas e cria uma ponte com o segmento evangélico - por meio de outro ministério, mas não abre mão de ter o controle do caso, daí a escolha pelo vice de seu próprio partido - o PMDB. Ele chama isso de ser mais "flexível".  Ao dizer que não tem Plano B, Juan passa a régua e vai ao jogo tentar a sorte.

É isso.
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15h15min.    -     adelsonpimenta@ig.com.br

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